Venezuela no Mercosul, um negócio um tanto quanto duvidoso

Depois de tramitar por quase três anos é aprovado pelo Senado o pedido da Venezuela entrar no Mercosul. Agora só falta a aprovação do paraguai

Nesta terça-feira foi aprovado pelo senado brasileiro o pedido de entrada da Venezuela no bloco de mercado livre entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Agora só falta a aprovação do Paraguai que só votará no ano que vem. Mas será um bom negócio a Venezuela de Hugo Chávez fazer parte do grupo?

Para o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) não é uma boa ideia: “Venezuela viola a cláusula democrática do Mercosul”. Heráclito Fontes também não apoia a decisão, segundo ele: “A Venezuela vive hoje comandado por um militar da reserva que governa com populismo, que havia sido banido da América do Sul. Essa votação nos trará acima de tudo intranquilidade e insegurança para a América do Sul”.

As atitudes autoritárias de Chávez e as desavenças com os EUA e com a Colômbia, país associado ao Mercosul, são os principais motivos que preocupam os membros do bloco. Por outro lado, há que diz que é necessário ampliar os elos no mercado e que é preciso que os países aceitem a Venezuela, pois ela é muito mais perigosa sozinha.

Se Hugo Chávez for realmente o "Diabo" que o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, diz, dependendo da decisão do Paraguai, o Mercosul estará em maus lençois. Entretando para a economia brasileira pode ser sim um bom negócio.

Desde a posse do presidente venezuelano em 2008 as exportações aumentaram em 630% dando um saldo positivo de US$4,6 bilhões ao Brasil. Além do mais, o mercado do lado de lá é pouco diversificado o que o leva a comprar centenas de produtos brasileiros dentre eles frango, pneu, celular, acúcar, carne bovina, leite e automóveis.

Com a decisão dos senadores brasileiros, que aprovaram por 35 votos a 27, só resta esperar a decisão paraguaia e o ingresso da Venezuela para saber se esse negócio duvidoso vale ou não a pena.

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