Onde o Enem quer chegar

Antes o Exame do Ensino Médio era apenas um teste dos conhecimentos, agora é a porta de entrada para diversas universidades

Criado em 1988, o Exame Nacional do Ensino Médio tinha o objetivo de avaliar o estudante ao final do ensino médio, mas este ano o Ministério da Educação resolveu transformá-lo em um vestibular do qual mais de 4 milhões de pessoas vão participar.


Para muitos críticos, um exame nacional não faz sentido, pois em vez de o MEC reunir todas as universidades do Brasil e traçar alguns pontos que deveriam seguir em seus vestibulares tradicionais, ele simplesmente fez, imprimiu e vai aplicar uma prova padronizada para diversas regiões, cujos costumes e culturas são diferentes.

Outra grande crítica, essa já bem antiga, é que a forma utilizada para seleção das universidades no Brasil ainda não é a mais justa. Uma única prova não é suficiente para testar os conhecimentos de um aluno. Fatores como o nervosismo, tempo, estresse e outro cem números, influenciam diretamente no resultados final do exame.

No Estado Unidos, universidades como a tradicional Harvard, além da prova de avaliação, consideram o histórico do candidato. Eles pedem cartas de recomendação de professores e analisam até atividades extracurriculares como trabalho voluntário.

Outro bom exemplo vem da Europa. Lá as seleções são semelhantes. Na França, os candidatos que almejam cursos técnicos, precisam passar dois anos em escolas preparatórias e fazer um teste final. Na Alemanha o exame é completado pelo desempenho do aluno nos dois últimos anos de ensino médio e por cartas de apresentação.

Se o Enem foi baseado nestes modelos, pode ser até uma boa ideia, tanto que foi levado em consideração. Mas é necessário notar que ainda falta muito na educação brasileira para ela ser comparada aos modelos descritos acima.

Este ano será um bom teste para o Ministério que se preocupou tanto em fazer a prova que esqueceu de armazenar em local seguro. Foi ai o primeiro momento que o enem não chegou onde deveria, agora o Brasil inteiro está na expectativa de que da próxima vez não aconteça o mesmo.