Alemão mora por 15 dias em saguão de aeroporto de São Paulo

A versão brasileira e real do filme "O Terminal", de 2004, teve fim na semana passada
Se você já assistiu ao filme "O Terminal", em que Ton Hanks vive um personagem impossibilitado de entrar no EUA e passa vários meses morando no saguão do aeroporto John Fitzgerald Kennedy, em Nova York, vai achar muito semelhante à história de Heinz Müller, um turista alemão que passou 15 dias no Aeroporto Internacional de Viracopos.

No dia 1º de Outubro, o alemão de Monique, embarcou rumo à Indaiatuba, perto de Campinas. O que ele queria: "ficar no Brasil com mi amor!". Müller conheceu pelo MSN uma morena de 30 anos chamada Josiane Alves que, segundo ele, morava na cidade. Eles conversavam diariamente das das 10 da noite às 7 da manhã e mesmo sem nunca ter se visto, nem falado ao telefone, Müller se apaixonou.

E foi essa paixão que o fez atravesar o atlântico e vir morar com a "princesita" no Brasil. Mas a estória estava muito bonita para ser verdade. Depois de passar 15 dias em uma pousada, período em que receber apenas duas visitas de Josiane que disse não ter como sustentá-lo e que não ter endereço fixo antes de ir embora sem deixar nem o número de telefone, e gastar todo o dinheiro que tinha consigo o "Viktor Navorski" da vida real teve que deixar o local onde esteve hospedado.

Ficar na rua seria perigoso, por isso ele optou por um espaço público e aberto 24h por dia: o saguão do aeroporto. Lá ele poderia acessar a internet e ninguém o podia forçar a sair. O caos estava em ele ter que pedir dinheiro aos outros passageiros para se alimentar e tomar banho na pia dos banheiros.

Heinz Müller sofre do Mal de Huntington, uma doença que genetica incurável que causa denegeração do sistema nervoso, o que o deixa muito inquieto e confuso. Talves esse foi o motivo pelo qual ele tornou-se agressivo e na quinta-feira(29/10) foi retirdo à força por assistêntes sociais e levado ao Centro de Psiquiatria da Unicamp.

Heinz Müller tem 46 anos e era piloto de aviões de carga no Texas. Foi casado duas vezes, com uma mexica com quem tem três filhos e com uma brasileira. No último caso, a união só durou um mês.

Fonte:Época edição 598